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Jornal A Tarde de Salvador publica matéria sobre história de São Timóteo


Depois de uma breve passagem pela comunidade de São Timóteo em janeiro de 2009, a jornalista Maiza Andrade, na qual trabalhava para o Jornal A Tarde de Salvador ficou encantada com a história daquele pequeno vilarejo e curiosa, resolveu conhecer um pouco mais seu povo e o que restou de um passado de glórias, de riquezas, mas também de exploração, que foi basicamente o que representou o período colonial brasileiro, e em São Timóteo, é claro, não foi diferente.
Visitou a igreja, os casarões, a lagoa, conversou bastante com antigos moradores e o mais importante, se preocupou com a maneira como estava o patrimônio histórico daquele local, na qual disse que inclusive iria pessoalmente ao IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia)  cobrar explicações, e o fez, e não só fez como dedicou uma página inteira ( pg B2) do Jornal A Tarde à história de nossa comunidade e a importância do tombamento.
Ao cobrar explicações do até então Gerente do IPAC em Salvador, Mateus Torres, o mesmo disse que o Tombamento só dependeria de um pedido da comunidade e ainda aconselhou que "só restará agora a comunidade se manifestar". 
Esta Edição do Jornal foi publicada no dia 11 de janeiro daquele ano, no dia 15 do mesmo mês a jornalista Maiza Andrade teve a preocupação de enviar uma correspondência à comunidade com uma cópia daquela edição que foi publicada e um incentivo para que fosse feito o pedido de tombamento por parte da mesma. Ainda no mesmo mês a Associação de Moradores enviou ofício, juntamente com outros documentos, solicitando do IPAC o tombamento daquilo que ainda restara da HISTÓRIA da formação deste país, mas infelizmente até hoje não houve resposta, e junto com as antigas construções estão também tombando as poucas esperanças que há de tombamento.

CONFIRA A REPORTAGEM NA ÍNTEGRA
Por Maiza Andrade
 “Nós, no meio de um sertão desses, somos impotentes. Queríamos que o patrimônio histórico tombasse e restaurasse”, disse Bento Moreira Dias, 23 anos, diante da Casa do Barão, principal atração de São Timóteo, distrito de Livramento de Nossa Senhora, a 717 km de Salvador. De fachada imponente, a típica habitação das famílias abastadas do sertão baiano, resiste ao tempo. E já se vão pelo menos 300 anos, conforme os registros do imóvel no Inventário do Acervo de Proteção Cultural da Bahia, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). Há quase 30 anos foi sugerido o tombamento da casa pelo autor do inventário, o arquiteto Paulo Ormindo Azevedo, mas, até o momento, somente a moradora, Alice Santos Lima, de 83 anos é que trata de conservar o imóvel. “Não mexi em nada, só troquei os caibros, mas já veio gente aqui querendo tirar o armário. Foi preciso botar daqui para fora”, disse ela, enquanto oferecia o café feito pela sua sobrinha, Marliete Teixeira Lima, 59 anos, com quem conta para cuidar da velha casa. Dona Alice mora na casa há mais de 60 anos, desde que o seu pai adquiriu o imóvel em arrendamento. “O barão morreu, ficou a baronesa”, disse, referindo-se a ela própria, com humor, lembrando os mais ilustres donos da casa erguida a 400 metros da Capela de São Timóteo, de 1696. Muito deteriorada, a casa impressiona pela originalidade da sua estrutura, com seus 15 cômodos. Tudo ali faz lembrar os tempos áureos do sertão, quando toneladas de ouro lavrados em Rio de Contas e arredores consolidaram a povoação da região. A Vila de São Timóteo era caminho de passagem de quem partia de Caetité para adentrar a Chapada Diamantina pela sua parte sul, como fez o então jovem engenheiro Teodoro Sampaio, em 1879, quando realizou a viagem que relatou no seu livro “O Rio São Francisco e a Chapada Diamantina”. O jovem professor Bento, também diretor da Escola Barão de São Timóteo e presidente da associação de moradores local, vê no tombamento a possibilidade de a comunidade ser beneficiada com investimentos na área cultural. “Temos uma história de mais de 300 anos”, orgulha-se. Em sua visita à velha casa, Bento recebe o cumprimento caloroso das velhinhas que lhe procuram pela família e se alegram com a visita, que termina com mais três moradores participando. Um deles era Nivaldo Rodrigues Oliveira, 61 anos, pequeno agricultor e motorista aposentado. Na frente da casa, ele fazia questão de mostrar a serra do Fundão e oMorro do Guariba, onde, segundo ele, ainda habita o macaco guariba. Outro local que faz parte da história de São Timóteo é a lagoa, apesar da tristeza que causa aos moradores por ter secado. O solo estava todo rachado, por causa da falta de chuvas. HISTÓRICO – De acordo com o histórico arquitetônico levantado no inventário do Ipac, a história da casa remonta ao século XVII, quando os irmãos José, Francisco, Joaquim e Timóteo Spínola vieram de Portugal como dizimeiros da Fazenda Real. “Mais tarde, se estabeleceram em Vila Velha, atual Livramento de Nossa Senhora; Lagoa Real; e Lagoa do Timóteo, respectivamente. Timóteo, que emprestou seu nome ao local, deve ter sido o fundador da capela (1696). Como um dos primeiros descobridores de ouro na região local, Timóteo teria enviado para Londres quatro toneladas do metal”, destaca o documento. A chegada do barão remonta ao século XIX. Ele, Joaquim Augusto Vasconcelos Bitencourt, barão de Vila Velha, e a baronesa, D. Carlota vieram do Rio de Janeiro. A atual vila teria se desenvolvido a partir da antiga Fazenda S. Roque, de propriedade do barão. Após 30 anos, o barão retornou ao Rio de Janeiro e a casa passa por vendas sucessivas, ao major Urbino Guimarães, Joaquim Nunes da Silva e Manoel Pereira de Souza, que, em 1947 arrenda o imóvel para Teófilo José de Lima, pai de dona Alice. PROTEÇÃO – Em 1979, o arquiteto Paulo Ormindo já alertava para a “descaracterização do monumento por falta de amparo legal”, entre os perigos potenciais. Atual presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil – seção Bahia e professor titular da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, Ormindo reafirmou a necessidade de proteção para os imóveis inventariados desde a década de 70. “Seria desejável que os imóveis tivessem alguma proteção, porque as cidades estão perdendo suas referências”, observou. Segundo ele, “a chamada Casa do Barão é um exemplar relativamente raro de casa de fazenda geminada, encontrado naquele município e em Rio de Contas, Caitité e Barra do Mendes. “Infelizmente a maioria dos imóveis inventariados em todo o Estado, não receberam qualquer medida de proteção municipal, estadual ou federal. Mesmo assim, o Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia cumpre um papel importante na valorização desses imóveis e criação de uma consciência na comunidade de seu valor identitário e cultural”. *“Casa rural de relevante interesse arquitetônico, desenvolvida em um único pavimento. Devido à topografia do sítio, o edifício se eleva formando um pequeno porão. Apresenta planta retangular, recoberta por telhado em quatro águas, com um pequeno apêndice de serviço, na parte esquerda”. 

4 comentários:

  1. prezado acho que o ideal é que fosse feita uma intercessão junto a um deputado, mas um deputado que tenha sensibilidade para a questão, para que o mesmo venha a cobrar dos Órgãos competentes a tão sonhado tombamento.

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  2. este foi um comenta rio de Caxião. que foi no endereço do flauber seu filho.

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  3. Visitei a casa do barão. Felizmente os filhos e herdeiros do Sr. Timóteo, o arrendatário de muitas décadas, são conscientes da importância arquitetônica e histórica da casa e a estão preservando como podem. No entanto, recursos do Estado seriam imprescindíveis para a total recuperação e manutenção deste monumento à cultura da Bahia e do Brasil. Aqui vai a minha força para que os atuais moradores de São Timóteo e outros interessados continuem a cobrar ações concretas por parte do Poder Público, lembrando que mesmo as prefeituras de Lagoa Real e de Livramento podem fazer algo de positivo, mesmo que provisoriamente. Abraços a todo esse povo do vilarejo, que me pareceu estar com olhos radiantes no futuro e pés firmes em um passado que não pode morrer.

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  4. Visitei a casa do barão. Felizmente os filhos e herdeiros do Sr. Timóteo, o arrendatário de muitas décadas, são conscientes da importância arquitetônica e histórica da casa e a estão preservando como podem. No entanto, recursos do Estado seriam imprescindíveis para a total recuperação e manutenção deste monumento à cultura da Bahia e do Brasil. Aqui vai a minha força para que os atuais moradores de São Timóteo e outros interessados continuem a cobrar ações concretas por parte do Poder Público, lembrando que mesmo as prefeituras de Lagoa Real e de Livramento podem fazer algo de positivo, mesmo que provisoriamente. Abraços a todo esse povo do vilarejo, que me pareceu estar com olhos radiantes no futuro e pés firmes em um passado que não pode morrer.

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